Foto: Rafael Guerra (Diário)
Depois de Congresso da Argentina aprovar a descriminalização do aborto, o movimento que defende a causa no Brasil organizou atividades sobre o tema. Hoje, em diferentes cidades brasileiras ocorreu a mobilização intitulada Nossa hora de legalizar o aborto. Em Santa Maria, ela foi organizada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
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Uma caminhada saiu, na tarde desta sexta-feira, da Praça Saldanha Marinho pelo Centro. Ao final, foi organizada uma roda de conversas. A organização prevê que cerca de 400 pessoas tenham participado da marcha. Em agosto, o Supremo Tribunal Federal organiza uma audiência para debater o tema. O STF analisa uma ação que pede a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Atualmente, no Brasil, só são permitidos abortos em casos de anencefalia do feto, de estupro e quando a gestação representa riscos à saúde da mulher. Sarita Denardi Vattathara, coordenadora geral do DCE, explica que isso acaba sendo a causa da morte de muitas mulheres que acabam abortando de forma clandestina. A principal bandeira da mobilização é o aborto legalizado e com cobertura pelo Sistema Único de Saúde (Sus):
- Depois da vitória na Argentina com a legalização do aborto, hoje na verdade a nível nacional foram chamados atos em várias cidades no Brasil. Mesmo o momento não sendo o mais adequado, porque temos cortes em todos os lugares por causa das políticas públicas defendidas pelo governo federal. A gente precisa demonstrar que precisamos disso, hoje muitas mulheres no país morrem em decorrência do aborto clandestino já que não têm dinheiro para ir atrás de uma clínica. É pelo viés de defender um aborto seguro, que o Sus garanta esse serviço para todas as mulheres. Também é para dialogar com a população porque hoje tem um senso comum de que a legalização levaria as mulheres a não se cuidarem e fazer mais abortos, mas na realidade é o contrário, diminuiria porque as mulheres teriam orientação pelo Sus e ajudaria a evitar futuros problemas - comentou a estudante.
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No início das atividades do segundo semestre letivo da UFSM, quando ocorre a programação da Semana da Calourada, o assunto deve voltar a ser tema de atividades, conforme explicou Sarita.
NA ARGENTINA
No último dia 14, o Congresso argentino aprovou, em votação acirrada, a descriminalização do aborto até 14ª semana de gestação por decisão da mulher, sem restrições. A votação durou cerca de 20 horas e foi encaminhado ao Senado. Na Argentina, a legislação vigente só permite aborto nas mesmas situações previstas na lei brasileira.